Os nematoides parasitas de plantas são um grande problema para agricultura mundial e vem ganhando destaque dentro da agricultura brasileira. Diferentes métodos de controles são usados e dentre esses métodos, o controle químico, biológico e o uso de variedades resistentes tem grande destaque.
Com o objetivo de promover um programa de manejo sustentável e economicamente viável para nematoides nos sistemas de cultivos no Brasil, foi criado em 2021, o Gnema, um subgrupo de trabalho do IRAC-BR (Comitê Brasileiro de Ação a Resistência a Inseticidas).
O grupo focará em investigar e minimizar os riscos de desenvolvimento de resistência de nematicidas, além de disponibilizar uma classificação de modo de ação semelhante ao material existente para inseticidas e acaricidas. Além disso, o grupo também irá discutir o tema de manejo de resistência para variedades resistentes.
Há evidências claras de que a resistência ao nematicida pode ocorrer em condições de laboratório, entretanto, não está claro se a resistência ao campo pode ocorrer em condições naturais. Existem também algumas evidências que mostram que o aumento da degradação de nematicidas e de outros produtos químicos no solo pode ocorrer através do aumento da atividade microbiana (não seria a resistência clássica, mas com impacto semelhante).
O metabolismo aprimorado de produtos químicos no solo, tende a ser específico da classe química, o que significa que a rotação de nematicida/inseticida/fungicida ou a redução nos intervalos de aplicação podem retardar sua ocorrência.
O risco de resistência pode variar significativamente entre as culturas, algumas sendo consideradas de baixo risco pelo baixo número de aplicações, enquanto outras recebem múltiplas aplicações por ano/safra.
Além do controle químico, o uso de variedades resistentes também é um método de controle muito importante. Para determinados nematoides parasita de plantas, como por exemplo, o nematoide de cisto da soja (NCS), o uso de variedades resistentes é amplamente utilizado, sendo, inclusive, o principal método de controle. No Brasil, dos 40 milhões de hectares plantados com soja, aproximadamente 20% é plantado com uma variedade resistente ao NCS. Portanto, garantir a durabilidade da resistência é de extrema importância e valía para a agricultura.
Em um contexto evolucionário, sabemos que os organismos buscam se adaptar ao meio. Portanto, é correto afirmar que os nematoides parasitas de plantas tendem a evoluir, desenvolvendo novos mecanismos de virulência para superar as defesas das plantas resistentes. Infelizmente, diferente de outras disciplinas, há pouca informação sobre práticas de manejo de resistência para nematoides parasitas de plantas. Assim, a proposta do grupo é também trazer esse tema para discussão e, se possível, propor ações que possam contribuir para a agricultura nacional.
Membros
Fábio Maximiano de Andrade Silva - FMC
Fernando da Silva Fonseca - UPL
José Paulo Franco - IHARA
Leonardo Ikari Kon - ISK BIOSCIENCES DO BRASIL
Lívia Gomes do Horto - OUROFINO AGRO
Marina Gomes da Silva Oliveira - CORTEVA AGRISCIENCE
Nuno Miguel Mendes Soares de Albergaria - NICHINO BRASIL
Tarcisio Galdino - SUMITOMO CHEMICAL
Consultora
Andressa Cristina Zamboni Machado – IDR Londrina, PR